domingo, 9 de junho de 2013

PREFEITO DA CONGREGAÇÃO PARA O CLERO ESCREVE AOS SEMINARISTAS

Cardeal Mauro Piacenza diz que "a Igreja certamente precisa de sacerdotes, mas não de qualquer tipo de sacerdote"

Cardeal Mauro Piacenza com seminaristas em Roma

O Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Mauro Piacenza, escreveu uma Carta aos Seminaristas por ocasião da Jornada de Santificação Sacerdotal que foi celebrado no dia 7, na solenidade do Sagrado Coração de Jesus.

A Jornada de Santificação Sacerdotal é celebrada todos os anos nas dioceses do mundo inteiro, desde 1995, na sexta-feira sucessiva à solenidade de Corpus Christi.
Dirigindo-se aos seminaristas, o cardeal se diz feliz em enviar-lhes esta carta, a fim de que eles "se sintam envolvidos e recordados nesta significativa ocasião".
Convidando-os a meditarem sobre a realidade originária da divina vocação, o Cardeal Piacenza cita o Papa Francisco, que destaca a concretude do amor que devem praticar aqueles que são Sacerdotes de Cristo e da Igreja: "Isto vo-lo peço: sede pastores com o 'cheiro das ovelhas'"(Papa Francisco na homilia de sua primeira Missa Crismal, 28 de março de 2013). Diante dessa sugestiva imagem, prossegue Dom Piacenza, o Sucessor de Pedro nos convida a ter um amor forte e concreto pelo Povo de Deus.

O cardeal recorda ainda que, para o discípulo, caminhar com Cristo significa sustentar com alegria espiritual o peso da cruz sacerdotal. "Escutemos novamente o ensinamento do Santo Padre sobre isso: 'Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos'" (Homilia na Santa Missa com os Cardeais, 14 de março de 2013).

Em cada época, continua o Cardeal Piacenza, "Cristo chamou e chama alguns homens para segui-Lo mais de perto, participando com eles de Seu sacerdócio. Segundo o Prefeito da Congregação para o Clero, isso implica que, em cada período da história da Igreja, Cristo tem tecido um diálogo vocacional com fiéis que Ele escolheu para que fossem Seus representantes no seio do Povo de Deus. Dom Piacenza, recordou ainda que os padres são mediadores entre o Céu e a terra, particularmente através da celebração litúrgica e sacramental. "De fato, pode-se dizer que a liturgia nos abre o Céu sobre a terra", disse.
Nessa perspectiva, o Prefeito da Congregação para o Clero observa que os seminaristas"são chamados com a ordenação – sem nenhum mérito – a serem mediadores entre Deus e o povo, e a tornar possível o encontro salvífico mediante a celebração dos divinos mistérios".
A oração e vocação sacerdotal

Referindo-se à dimensão orante da vocação sacerdotal, afirma que esta recorda, ainda, outros aspectos de grande importância.
Primeiramente, destaca ele, "o fato de que as vocações são obtidas não principalmente por meio de uma estratégia pastoral, mas, sobretudo, rezando. Foi o que nos ensinou Jesus: 'A messe é grande, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe' (Lc 10,2)".
Ao primado da oração, observa Cardeal Piacenza, se soma também, na condição de canal de tal graça divina, a ação de sã, motivada e entusiasmada pastoral vocacional por parte da Igreja.
A propósito da colaboração eclesial à obra de dar pastores ao Povo de Deus e Corpo Místico de Cristo, o cardeal enfatiza que é oportuno recordar alguns aspectos que devem caracterizá-la: "a estima pelas vocações sacerdotais, o testemunho de vida dos Sacerdotes, a obra específica dos formadores no seminário".
Deus também chama por meio de outros padres

Nesse sentido, o cardeal destaca que as vocações são muito favorecidas, como é notável, pelo exemplo e pelo cuidado que os sacerdotes oferecem a elas. "Um Sacerdote exemplar dificilmente não suscitará nas mentes dos jovens a pergunta: não serei eu também chamado a uma vida assim bela e feliz? Exatamente desse modo os sacerdotes são canais através dos quais Deus faz ressoar o divino chamado no coração daqueles que ele escolheu!"
Destacando o importante papel dos formadores dos Seminários, lembra os dois princípios que devem guiar a avaliação da vocação: a cordial acolhida e a correta severidade.
A esse propósito, faz uma observação: "A Igreja certamente precisa de sacerdotes, mas não de qualquer tipo de sacerdote!"
"O amor que acolhe deve, portanto, ser acompanhado da verdade que julga com clareza se, para um determinado candidato, aparecem ou não os sinais da vocação e os componentes humanos necessários para uma resposta confiável a ela. A urgência pastoral da Igreja não pode induzir a uma pressa em conferir o ministério."
O Prefeito da Congregação para o Clero conclui sua Carta aos Seminaristas confiando "à intercessão de Maria Santíssima e de São José o dom da fidelidade e da perseverança no divino chamado que, por pura graça, nos foi concedido", e recorda que o nome do amor no tempo é "fidelidade".

Fonte: Canção Nova